O período de quarentena aumentou o número de desempregados no Brasil e isso trouxe como consequência também um aumento da inadimplência. Muitas famílias não estão conseguindo pagar o condomínio e as contas básicas, como água e luz. As compras do mercado estão sendo feitas usando o cartão de crédito, só que uma hora essa conta vai estourar. Se você não conseguir pagar o cartão em dia, por exemplo, serão cobrados juros. A outra solução é pegar um empréstimo capaz de pagar o cartão e ainda te deixar com um valor em reserva. Vamos ver como isso funciona na prática, combinado?
Maria pegou R$10.000,00 emprestado no banco, para pagar em 48X a um juros de 3,8% ao mês. Sua parcela mensal será R$ 456,14. Isso significa que ao final dos 4 anos, seus R$ 10.000,00 se tornarão R$ 21.894,72. Isso se ela pagar suas parcelas em dia. Caso atrase os pagamentos, esse valor aumenta mais ainda.
Só para você ter uma ideia da diferença que é quando pagamos os juros dos empréstimos e quando recebemos os juros de investimentos: para os mesmos R$ 10.000,00 dobrarem quando investidos é preciso cerca de 22 anos para isso acontecer.
Agora, se você tem R$ 456,14 mensalmente para pagar o boleto do seu empréstimo, sabe em quanto tempo Maria conseguiria juntar os mesmos R$ 10.000,00? 1 ano e 8 meses! Parece muito, né? Pois então, por não poder esperar esses 20 meses para juntar o dinheiro, Maria vai pagar 28 meses a mais.
E olha como essa conta é injusta. No Brasil atualmente, você paga 56,44% ao ano em um empréstimo, recebe 5,42% ao ano nos seus investimentos (100% do CDI dos últimos 12 meses)
Por isso esse tipo de dívida fica tão cara e se torna uma bola de neve. Para saber as informações da dívida, normalmente elas estão disponíveis pelo internet banking. Porém, caso você não encontre, pois nem sempre é fácil mesmo, você pode pedir a POSIÇÃO DE DÍVIDA para o seu banco. Faça um pedido formal, pois os bancos devem fornecer esta informação em até 1 dia útil (de acordo com a Resolução nº 4.292/13 do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 20 de dezembro de 2013).
Você precisa estar atenta para as seguintes informações: Em quantas vezes foi feito o empréstimo e quanto falta para pagar, valor do saldo devedor para quitar antecipadamente e principalmente qual a taxa de juros.
Depois de fazer esse levantamento certinho, é hora de partir para negociação. Não tenha vergonha! É o seu dinheiro que está em jogo.
Os bancos estão abertos a negociação neste momento de crise, estão oferecendo maiores prazos de carência, pula parcela, renegociação com carência para começar a pagar. Mas muito cuidado! As taxas de juros dos empréstimos estão bastante altas, tenha muita atenção nas condições oferecidas pelo seu banco.
Outra coisa, não aceite de cara a primeira proposta. Diga que vai analisar a proposta e dê a resposta no dia seguinte, sempre faça uma contra proposta.
Lembrando sempre que cada pessoa tem uma história e a ordem de pagamento da dívida pode variar. Uma boa maneira de eleger as prioridades é fazendo a pergunta: “ se eu não pagar isso, o que pode acontecer?” Se você não sabe a resposta, comece descobrindo quais as consequências de você não pagar a dívida. Somando essas informações com as informações da dívida em si, você já tem munição para começar seu plano de ataque às dívidas!
Texto escrito pela consultora da Florin: Patrícia Schutz